Terreiros Escondidos: A Jornada Ancestral Afro na Baixada Fluminense!
Baixada Fluminense: Berço das Religiões Afro-Brasileiras no Rio de Janeiro
Rio de Janeiro, 26 de maio de 2024 – Terreiros Escondidos: A Jornada Ancestral Afro na Baixada Fluminense! A Baixada Fluminense se consolida como um polo cultural afro-brasileiro de grande importância no Rio de Janeiro.
A região, que já concentrava a maior parte dos terreiros há uma década, segundo o livro “Presença do axé: mapeando terreiros no Rio de Janeiro”, de Sonia Maria Giacomini e Denise Pini Rosalem da Fonseca, se destaca por abrigar casas de santo frequentadas por anônimos e famosos, como o terreiro do pai de santo Sérgio Pina, visitado pela cantora Anitta em seu clipe “Aceita”.
Concentração histórica e resistência cultural
A migração de terreiros do Centro do Rio para a Baixada Fluminense se iniciou no início do século XX, com o Bota-Abaixo, projeto de reformulação urbana que incluiu a destruição de cortiços e construção de avenidas. Esse processo de deslocamento forçado, marcado pelo racismo estrutural, conforme explica Mãe Stella de Oxóssi, presidente da sociedade civil do Opô Afonjá, contribuiu para a concentração de casas de santo na região.
Celeiro de fé e tradição
A Baixada Fluminense abriga diversos terreiros históricos e renomados, como o Ilê Opô Afonjá, em São João de Meriti, tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac), e o Ilê Axé Obaluaye Jagun, em Duque de Caxias, frequentado por celebridades como Alcione, Preta Gil e Grazi Massafera.
Festividades e visibilidade cultural
O Ilê Axé Obaluaye Jagun, inclusive, celebra hoje a festa de Exu Barabô, uma das mais tradicionais da região, fundada em 1981 e que se tornou um grande sucesso ao longo dos anos. Pai Celio de Omolu, babalorixá do terreiro, destaca a importância da preservação da cultura afro-brasileira e ressalta que a presença de artistas famosos ajuda a combater o preconceito contra as religiões de matriz africana.
Reconhecimento e impacto social
A visibilidade proporcionada por artistas como Anitta contribui para a valorização da cultura afro-brasileira e para o combate à intolerância religiosa. A Baixada Fluminense, com sua rica tradição e pluralidade religiosa, se afirma como um polo cultural de grande importância para o Rio de Janeiro e para o Brasil.
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Especialistas comentam a importância da região:
- Pós-doutor Babalawô Ivanir dos Santos, professor do programa de pós-graduação em História Comparada da UFRJ: “A Baixada Fluminense concentra um grande número de terreiros de umbanda, candomblé, encantaria e outras denominações. Essa concentração se deve a diversos fatores, como o Bota-Abaixo no início do século XX, que obrigou a migração de muitas casas de santo do Centro do Rio para a periferia.”
- Mãe Stella de Oxóssi, presidente da sociedade civil do Opô Afonjá: “Uma das razões do afastamento do axé da Pedra do Sal foi o racismo estrutural. A Baixada Fluminense se tornou um refúgio para as religiões afro-brasileiras, que foram perseguidas e marginalizadas no Centro do Rio.”
- Pai Celio de Omolu, babalorixá do Ilê Axé Obaluaye Jagun: “A Baixada Fluminense é um celeiro de cultura afro-brasileira. Aqui encontramos terreiros históricos, como o Opô Afonjá, e também casas que se tornaram referência cultural, como o Ilê Axé Obaluaye Jagun. A presença de artistas famosos nos nossos terreiros ajuda a combater o preconceito e a valorizar nossa cultura.”
A Baixada Fluminense como um exemplo de resistência e preservação cultural:
A região da Baixada Fluminense se destaca como um exemplo de resistência e preservação da cultura afro-brasileira. Apesar das dificuldades e desafios enfrentados ao longo dos anos, o povo afro-brasileiro da região se manteve firme na defesa de sua cultura e de seus direitos. A concentração de terreiros na região é um símbolo da força e da vitalidade da cultura afro-brasileira na Baixada Fluminense.